segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ode à Marimoosa Marimoon

Cheguei. Chegaste. Vinhas lépida,
Rosa e faceira, e faceiro, ruivo e serelepe eu vinha.
Tinhas as pestanas de cor intrépida,
E intrépida e humana a cor das minhas eu tinha.

Em recinto escuro e descalços
Éramos bichos-grilo e ouvíamos rock,
Enquanto todos se faziam de falsos
Mas eram todos senão escroques!

Eu, de joanete e pé de catinga despeitada
Tão forte que qualquer um deveras sente.
Você, de meia alta, felpuda e listrada
Igual um lindo e róseo mosquito da dengue

E mesmo assim tu não me vistes;
Como se passasse agachado pela janela.
Acredite, minha mente agora me faz chistes;
Iguais aos do palco, tu és uma cadela!

Agora, já que para ti eu não exista,
Me vingarei por teres feito de mim pouco.
Beberei diariamente sangue de trotskista
E comerei muito mais carne de porco.

Ao virares o olho e arquear os braços
para posar à lentes em busca de fotos,
Estarei com meu coração em destroços
Preparando-me para vazar-te os olhos.

Agradecimentos especiais a Olavo Bilac. Não sou nada sem ti, meu velho. De coração.